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Como Calcular a Quantidade e o Custo de Materiais para Instalação Elétrica

homem fazendo instalação eléctrica

Planejar corretamente a instalação elétrica de uma obra é fundamental para garantir segurança, economia e eficiência. Um dos maiores desafios para proprietários e profissionais é calcular a quantidade de materiais necessários e estimar os custos de forma precisa, evitando desperdícios ou falta de insumos durante a execução.

1. Levantamento do projeto elétrico

O primeiro passo é ter em mãos um projeto elétrico, mesmo que simplificado. Nele estarão definidos os pontos de energia, iluminação, tomadas, interruptores e o quadro de distribuição. Sem esse planejamento, o cálculo de materiais pode se tornar impreciso.

planta de electricidade

2. Principais materiais utilizados em uma instalação elétrica

  • Fios e cabos: usados para condução da energia elétrica, com diferentes bitolas conforme a carga exigida.
  • Tubos e conduítes: protegem os fios e facilitam futuras manutenções.
  • Caixas de passagem e de embutir: pontos onde serão instaladas tomadas, interruptores e conexões.
  • Tomadas e interruptores: dispositivos para uso final da instalação.
  • Quadro de distribuição: concentra os disjuntores e distribui a energia pelos circuitos.
  • Disjuntores e dispositivos de proteção: garantem a segurança contra sobrecargas e curtos-circuitos.
  • Materiais complementares: fita isolante, conectores, parafusos e buchas.

3. Como calcular a quantidade de fios e cabos

Meça a distância entre o quadro de distribuição e cada ponto de energia. Para cada trecho, multiplique a distância por dois (ida e volta do fio). Em seguida, some todas as medidas para encontrar o total de cabos necessários. É recomendável acrescentar 10% a 15% de sobra para emendas e imprevistos.

Exemplo prático

Imagine que você precisa ligar uma tomada a 12 metros do quadro de distribuição:

  • Distância de ida: 12 m
  • Distância de volta: 12 m
  • Total de fio necessário: 12 m + 12 m = 24 m
  • Acrescente 10% de sobra → 24 m × 1,10 = 26,4 m

Nesse caso, você deve comprar aproximadamente 27 metros de cabo para esse ponto de energia.

4. Tabela prática de bitolas

  • 1,5 mm² → iluminação (até 1270 W em 127 V ou 2200 W em 220 V).
  • 2,5 mm² → tomadas de uso geral (até 1760 W em 127 V ou 3500 W em 220 V).
  • 4 mm² → chuveiros, torneiras elétricas ou equipamentos de até 5700 W.
  • 6 mm² → chuveiros potentes, fornos elétricos e equipamentos acima de 6000 W.

Exemplo prático

Suponha que você vai instalar um chuveiro de 5500 W em 220 V:

  • Corrente elétrica = Potência ÷ Tensão = 5500 ÷ 220 = 25 A
  • Pela tabela, um circuito de 25 A exige no mínimo cabo de 4 mm².

Portanto, para esse chuveiro, o fio adequado é de 4 mm², com disjuntor compatível (25 A a 32 A).

5. Estimativa de caixas, tomadas e interruptores

  • Caixas de passagem: distribua a cada 10 a 15 metros de conduíte.
  • Tomadas: em áreas secas, uma a cada 3,5 m de parede; em cozinhas, a cada 0,50 m acima da bancada.
  • Interruptores: normalmente um por ponto de iluminação.

6. Como calcular conduítes e tubos

A metragem do conduíte deve seguir a mesma dos fios, considerando o percurso. Use sempre o diâmetro adequado à quantidade de cabos que irá passar, evitando sobrecarga no duto.

7. Estimativa de custos

Depois de calcular as quantidades, o próximo passo é consultar o preço dos materiais em lojas de material de construção ou elétrico. Para obter uma estimativa:

  1. Monte uma lista detalhada de materiais (com medidas e quantidades).
  2. Pesquise preços em pelo menos três fornecedores.
  3. Inclua sempre um percentual de 5% a 10% para perdas e imprevistos.

8. Importância da mão de obra no orçamento

Além dos materiais, é essencial considerar o custo da mão de obra especializada. A instalação elétrica deve ser executada por profissionais capacitados para evitar riscos de curto-circuito, choques ou incêndios.

Conclusão

Calcular a quantidade e o custo de materiais para uma instalação elétrica exige atenção ao projeto, levantamento detalhado e pesquisa de preços. Uma estimativa bem feita evita desperdícios, garante economia e, principalmente, assegura uma obra segura e eficiente.

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